Pensando bem em tudo o que a gente vê e vivencia e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente.
Existe uma pessoa que se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada.
Porque a pessoa certa faz tudo certinho!
Chega na hora certa, fala as coisas certas,
faz as coisas certas, mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas.
Aí é a hora de procurar a pessoa errada.
A pessoa errada te faz perder a cabeça, perder a hora, morrer de amor...
A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar
que é pra na hora que vocês se encontrarem a entrega ser muito mais verdadeira.
A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa.
Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas.
Essa pessoa vai tirar seu sono.
Essa pessoa talvez te magoe e depois te enche de mimos pedindo seu perdão.
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar 100% da vida dela esperando você.
Vai estar o tempo todo pensando em você.
A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo, porque a vida não é certa.
Nada aqui é certo!
O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo, amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo,querendo,conseguindo...
E só assim, é possível chegar àquele momento do dia em que a gente diz: "Graças à Deus deu tudo certo".
"Vou mostrando como sou e vou sendo como posso. Jogando meu corpo no mundo, andando por todos os cantos.
E pela lei natural dos encontros, eu deixo e recebo um tanto. E passo aos olhos nus ou vestidos...de lunetas.
...eu caminho a passo bem pensados, feliz e viva!
"Não existe a possibilidade de tirar a roupa de ninguém em cena. Seria como desnudar Hamlet para mostrar os predicados do ator"
Thiago Lacerda
"CALÍGULA - Cherea, acreditas que dois homens cuja alma e cuja altivez sejam iguais possam, ao menos uma vez na vida, abrir o coração e falar como se estivessem nus um diante do outro, despojados dos preconceitos, dos interesses particulares e das mentiras em que vivem?
CHEREA - Penso que é possível, Caius. Mas julgo-te incapaz de o fazer.
CALÍGULA - Tens razão. Só queria saber se pensavas como eu. Cubramo-nos então de máscaras. Utilizemos as nossas mentiras. Falemos como quem se bate, sempre em guarda."
Porque o texto de Teatro, também nasceu para ser lido, não apenas representado. Aliás, esse será, em muitos casos, o grande desafio do actor. Fazer com que o texto seja tão bem representado, quanto o está escrito. A maioria dos dramaturgos merece-o. Albert Camus exige-o. Nascido na Argélia em 1913, aquele que viria a ser agraciado com o prémio Nobel da Literatura em 1957, viu a sua vida manchada pela luta anti-fascista. E se obras como O Estrangeiro atentam na sua qualidade de romancista, peças como Estado de Sítio, comprovam que também no teatro a a sua arte está bem manifesta.
Do que se fala hoje aqui é, essencialmente, de Calígula. Peça que veio a ser representada pela primeira vez em 1945 no Théâtre Hébertot, com encenação de Paul Oettly. Calígula conta a história de um imperador cuja loucura é perceber, melhor que ninguém, que a vida é um não-sentido constante e cujo único erro que comete, é poder cometê-los. Calígula diz, na peça, que, apesar das mortes caprichosas que ordena, no reinado dele morreram muito menos pessoas do que deviam ter morrido, graças às guerras que evitou. Mas não é de uma morte absoluta que se fala, mas da morte como meio de ele, Calígula, atingir uma liberdade e endeusamento que, sabê-lo-à à partida, não lhe é possível. Calígula deseja apenas o impossível e sabe não o poder ter. O seu erro é procurá-lo da pior maneira possível, o impossível á custa de todos os seus subditos.
À conta dos seus devaneios, as personagens vão-se dividindo entre os que o ama, porque o percebem, porque partilham da sua loucura ou, simplesmente, por afeição; e os que se revoltam, os que foram vítimas dos seus caprichos, os humilhados, que vêem a sua hora aproximar-se e temem pelas consequências da loucura do seu soberano.
Tónica comum na sua escrita, Camus apresenta-nos uma peça onde os temas centrais são a morte e o poder. Mas, aliado a isso, aparece-nos um exercício único de compreensão dos limites da mente humana. Calígula é a parte humana reprimida que deseja ser Deus não o sendo. Em Calígula, pode-se. Uma peça de ritmo fluente e vivo, que não dispensa o cariz reflexivo e filosófico a que Camus nos habituou.
Título: Calígula
Autor: Albert Camus
Reservado para poucos.
E muitas vezes eu não reconheço as pessoas que amei nos rostos que hoje avisto, falta algo além da aparência, além da distância, além das imagens e também além do ego. Fica difícil captar as essências e restam somente algumas palavras soltas, uns assuntos decorados e umas falas, por deveras, rápidas demais. Começa a desaparecer o antigo entusiasmo e as memórias ficam cada vez mais entre os paradoxos. Começa-se então a inventar desculpas, o tempo fica cada vez mais ocupado e os espaços que antes eram sempre encaixados começam a padecer.
Não é o fim de tudo, é só o começo de um novo princípio, são só as leis que pararam de julgar aqueles lugares, e tudo o que antes existia se torna pouco diante do novo existente. E não é pecado observar e comprovar isso, não é errado permitir outras visitas, que o meu mundo seja um universo paralelo cercado de diversas possibilidades a ser somente um rascunho do medo, um calmante, um desvio, um tédio. Por mais estranha que possa ser essa passagem é melhor essa percepção do que sempre perguntar o que há de errado. Não há nada errado, não tem nenhum problema, nem tudo permanece intacto, para o mundo rodar algumas coisas tem que parar de serem iguais.
Algumas rotas têm que sair de eixo e algumas escolhas têm que ser substituídas. Há sim sentimento eterno e momentos duradouros, mas há também outros horizontes e não é porque outras situações entraram em cena que tudo que se foi não significa nada, significa sim só não é mais tão abrangente como antes, não tem a mesma cor, mas mantém a lembrança do antigo brilho.
E por fim,quando falta essa reciprocidade no olhar, essa falta do que dizer, eu me recordo o porquê de tanto amor, o porquê de tanta saudade, o porquê de tanta história, e daí, apesar de não se ter o que falar, respondo por entre olhares, digo por entre o silencio da minha recordação e recupero o ar. As coisas mudam sim, os sorrisos não se correspondem mais, mas as recordações estão para ambos os lados em evidência. Foi um bom passado - eu penso, e passado de certa forma não passa, ele vive aquecido nos sentimentos, vive afagando a memória com suas doses de conforto e experiência. É por isso que quando falta esse reconhecimento atual eu fico feliz por já ter me encontrado nesses rostos e risos um dia. O tempo passa sim, mas o que foi bom não tem motivo para ser esquecido.
por Larissa Alves
Poderia ser diferente, mas para estas coisas não exitem fórmulas, manual de instrução ou coisa parecida. Está doendo, poderia ter sido tudo diferente. Bem, não foi desta vez, ora! Então, tratei de acarancar você do meu coração para garantir minha própria segurança.
Assim, assim...
Nada importa agora.
Recomeço a caminhar, novamente.
Cabeça erguida. Buscando seguir outros ventos.
Agora a passos mais devagar.
E que venha o amanhã.